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terça-feira, 31 de julho de 2012

Meto-me para dentro, e fecho a janela, Alberto Caeiro


Meto-me para dentro, e fecho a janela. 
Trazem o candeeiro e dão as boas noites, 
E a minha voz contente dá as boas noites. 
Oxalá a minha vida seja sempre isto: 
O dia cheio de sol, ou suave de chuva, 
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo, 

A tarde suave e os ranchos que passam 
Fitados com interesse da janela, 
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
 E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso, 
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir, 
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito. 
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme

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